sexta-feira, 17 de outubro de 2014

a.li.e.na.ção sf  1Cessão de bens ou direitos
                          2. Desarranjo das faculdades mentais

Em psicologia e psiquiatria, fala-se de alienação para designar o estado mental da pessoa cuja ligação com o mundo ao seu redor está enfraquecida. Em antropologia, a alienação é o estado de um povo forçado a abandonar seus valores culturais para assumir os de um colonizador.
Em filosofia política, fala-se de alienação para designar a condição do trabalhador que integra a estrutura de uma unidade de produção sem ter nenhum poder de decisão sobre sua própria atividade nem direitos sobre o que produz.
Histórico
O conceito de alienação tem raízes no pensamento de Hegel e Karl Marx, mas cabe destacar uma importante observação complementar, a de Ludwig Feuerbach, mestre de Marx.
Para Hegel, a alienação é um processo essencial pelo qual a consciência ainda ingênua, convencida de que a realidade do mundo é independente dela mesma, chega a tornar-se consciência de si. Essa transformação da consciência em consciência de si é descrita na Phänomenologie des Geistes (1807; Fenomenologia do espírito).
Para Marx, a alienação refere-se a uma situação resultante dos fatores materiais dominantes da sociedade, caracterizada por ele sobretudo no sistema capitalista, em que o trabalho humano se processa de modo a produzir coisas que imediatamente são separadas dos interesses e do alcance de quem a produziu, para se transformarem, indistintamente, em mercadorias.
De acordo com a dialética de Marx, o processo de alienação leva o ser genérico do homem, expresso pelo trabalho, a converter-se em instrumento de sua sobrevivência, o que ocorre, primeiro, na relação do produtor com o produto e em seguida na relação do produtor com os consumidores do produto. A alienação transforma o operário em escravo de seu objeto, mas o processo não se detém aí, já que o trabalho é mercadoria que produz bens de consumo para outrem. Na verdade, ocorre a alienação do homem perante o próprio homem: ao produzir um bem que não lhe pertence, o homem propicia o jugo daquele que não produz sobre a produção e o produto, deixando assim que o outro, alheio à produção, se aproprie dela.

Sintetizando-se o problema, a alienação seria ocasionada pela divisão de trabalho e, de outro lado, pela separação entre o trabalho e o produto dele resultante. Os reflexos alienatórios seriam inevitáveis tanto na filosofia como nas instituições políticas e sociais, na religião, na literatura e nas artes.
O ter está vinculado ao contentamento pessoal do indivíduo. Quanto mais se tem, mais se quer obter. O obter trás consigo um status. Status tende a trazer “felicidade”, algo como a alegria de um objetivo alcançado. Ou seja, o objetivo de vida de uma pessoa está intimamente ligado ao seu consumo (felicidade=consumo). Para Marx, essa inter-relação chama-se alienação. O ter produz um processo ilusório, pois pensa-se que o consumo trás contentamento interno (vide a ideia de “se fazer a América”). Sair de determinado país e ir para os Estados Unidos em busca do tal do “sonho Americano” - ideia essa baseada no acúmulo de capital objetivando melhores condições de vida.